sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
ESSA VELHA VAI SER A NOSSA MORTE!!!!
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Episódio 2
Rádio - Fora encontrada mais uma vítima da Barqueira, desta feita uma prostituta de cerca de 33 anos fora encontrada nua e esventrada junto ao cais terminal do Cais do Sodré. O chefe da Polícia Judiciária em declarações...
Zé Carlos - Com as tripas de fora... não há direito...
Rádio - ...uma lenda viva que veio do Purgatório, uma pequena aldeia algarvia, perto de Olhão. Os habitantes do Purgatório afirmam tratar-se de uma maldição...
Um vulto atravessa-se à frente do velho táxi e Zé Carlos nem teve tempo de por os pés aos pedais. A velha charrunca velha embateu com toda a força no vulto negro lançando-o por cima do capô. Com um chiar de pneus queimados o carro lá se imobilizou. Zé Carlos branco como a cal, saiu do carro para ver quem era mas ficou surpreso por não encontrar lá ninguém. Virou-se de novo na direcção do carro e lá estava a barqueira envolta de nevoeiro junto à porta dos passageiros. Zé Carlos aturdido ficou sem reacção quando viu a velha barqueira abrir a porta e sentar-se no lugar traseiro do carro.
O carro arrancou a grande velocidade. O táxista como bom falante que era decidiu meter conversa para quebrar o gelo.
Zé Carlos - Já vi que a senhora deve ser da outra margem... não me diga que o seu cacilheiro empanou?
A velha não reagiu às piadas pouco conseguidas do seu motorista.
Zé Carlos - Está uma bela tarde não está?
De repente no interior do táxi tranforma-se num microclima de tempestade e grandes vendavais, começa a chover apenas no interior do carro e abate-se sobre os dois tripulantes um nevoeiro abrupto.
Mmfff... Chupava a barqueira o cigarro da praxe.
Zé Carlos - Ah... Cheguei-lhe a perguntar para onde é que vamos?
Barqueira - Para o inferno!!!!
O carro extingue-se por entre risos diabólicos com uma enorme explosão, evaporando-se no ar quente.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
BEHIND THE SCENES ‘A BARQUEIRA’ E OUTRAS HISTÓRIAS
“Há já bastante tempo que não via nada deste tipo. Bem, para dizer a verdade eu nunca vi nada que se parecesse com isto… Nem daquela vez que o meu pai me pediu para apanhar sabonete líquido do ch...Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh!!! Fujam, ela vai-nos matar a todos! Ouviram! A todooooooooooos Ahhhhhhhhhhhhhhhhh hihihihihihihi huhuhuhhuuhhuh…”.
Estas são algumas das raríssimas palavras com lógica (se é que existe algum tipo de lógica neste tipo de discurso) de Borreguinhe de Cerveje num hospício algures no profundo Alentejo, um dos mais conceituados especialistas mundiais em concepção de softwares para animação em 3D e efeitos especiais.
Borreguinhe fazia parte de uma equipa que foi criada especialmente para algo considerado por muitos como impossível de alcançar, a ejaculação precoce em animais acondicionados hermeticamente e numerados através de chips de alumínio fundido em carvão… (estava a brincar) … Agora sim, a criação de um software/hardware para um dos filmes mais controversos de sempre, ‘A BARQUEIRA’.
Tudo devido ao enormíssimo número de explosões violentas e sanguinárias existentes neste filme que, a contar com o já elevado número de vítimas no mundo real, já é considerado o único filme por filmar (to be movie) de culto com mais seguidores em toda a história cinematográfica. Bem, há que acrescentar que, até ao momento, todos os fãs jazem mortos e desfeitos, ou estão prestes a ter um fim... que envolve sempre combustão e litradas de sangue.
A contar com a equipa inicial da qual Borreguinhe fazia parte, assistentes de produção, produtores, mulheres da limpeza, vinte e três chocos com tinta, uma mulher em parto e dois guaxinis assediados sexualmente por um padre de Assafôra, entre muitos outros, ‘A BARQUEIRA’ tem vitimado tudo e todos que se atravessam no seu caminho ou tentam levar a bom rumo este mistério da sétima arte.
Há quem já fale na MALDIÇÃO DA BARQUEIRA (hum…belo título para uma das sequelas). Apesar de todo este terrível e sanguinário cenário, a equipa responsável pelo nascimento deste perigoso mas ambicioso projecto não tem olhado a meios.
A provar isso, Richy, Salles e Quitus já vão na quinquagésima nona equipa criada especialmente para a concepção do tão falado software/hardware que permita a criação de explosões tão violentas que nem a própria equipa faz a mínima ideia de que está a falar e como elas serão. Tudo financiado pelo recurso ao crédito agrícola, fundos da União Europeia, contos do vigário feitos a pessoas da terceira idade residentes no interior deste maravilhoso país, eventuais assaltos sem qualquer tipo de organização e algum endividamento descontrolado e não planeado por parte destes três visionários, fantásticos, bonitos, másculos, bonitos, musculados,... Eu já disse bonitos?...realizadores.
No fim desta reportagem acabaríamos por receber a triste notícia que ‘A BARQUEIRA’ acabava de fazer a sua última vítima.
Borreguinhe Cerveje acabaria por ser encontrado na casa de banho a boiar na sanita (pelo menos a dentição ainda lá estava) ao mesmo tempo que já fazia parte do lar de algumas ratazanas croatas que acharam por bem alojar as suas numerosas famílias fugidas desse animal, esse sim uma autêntica praga e um perigo público/planetário (por enquanto), o Homem.
Entrevista exclusiva ao Produtor
Produtor Mal amanhado de cabelinho puxado atrás e charuto na boca - Ora, três indivíduos de nacionalidade africana inrromperam pelo meu escritório adentro com armas em punho e disseram-me: "Chama a Gaja, já!" e lá acabou por ficar o "Call Girl".
J. - Estava a perguntar sobre o filme a Barqueira...
P. - Chiu... O filme cujo o nome não podemos proclamar ainda está no segredo dos deuses meu caro amigo.
J. - E não pode adiantar nenhum pormenor? Como tudo aconteceu?
P. - Ora bem, a bar... a velha pesqueira cujo o nome não posso proclamar começou... iniciou... err... quer se dizer... err... ó pá sei lá aconteceu, homem! Só me lembro de me cheirar a tabaco e quando vou a olhar para trás metade do meu antigo escritório tinha ido pelos ares.
J. - Acha que o público português vai gostar?
P. - Sim, claro! A barqueira, entre-aspas, vai ser o maior filme de acção de todos os tempos! Vai ser uma explosão de mudança no mercado português e já conseguimos ter o apoio do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Vila Nova de Lafões. Vai ser um sucesso garantido!
J. - Não tem um cigarro que me arranje?
P. - Desculpe, não fumo.
J. - Então que cheiro é este?
- Mmfff... - aquele era o som irreconhecível da barqueira a chupar um cigarro de um travo.
Já cá fora, está a velha a olhar para o cimo do prédio quando um dos andares nesse mesmo momento explode em chamas.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
- Episódio 1 -
- Barqueira!!! - gritava um pescador em terra junto à baia mal iluminada.
Depressa as pessoas começaram a girar, a correr num corrupio frenético, num pânico organizado e acostumado a estas andanças. As portas começaram a fechar-se, os estores das janelas a serem corridos, as portadas trancadas e em pouco tempo a pequena vila ficara deserta. A barqueira chegara.
Não se via vivalma quando a tempestade se abateu sobre o local, começou a choviscar e em pequenos passos a velha curvada pisava o solo empapado. O cigarro caído no canto da boca era tão comum nela como a sua enorme verruga de pêlo do nariz, teria cerca de 100 anos mas ninguém sabia ao certo. As pessoas da comunidade achavam que se tratava de um fantasma que coleccionava almas para se manter viva. Provavelmente um mito mas ninguém ousava tirar a prova dos nove da velha barqueira.
Mmffff.... a velha chupava o cigarro como se fosse um rebuçado e num único travo fumava-o por completo. Com uma pequena risadinha, a barqueira lança a beata fora para dentro de um barracão e dá-se uma violenta explosão.
- Ahaha! Ardam meus pequerruchos, ardam... - riu-se diabolicamente a velha barqueira.
Em três tempos toda a aldeia fervia em combustão, enquanto ao longe via-se a pequena embarcação afastar-se.
P.s.: A barqueira é um filme que foi cancelado antes mesmo de ser escrito, por questões orçamentais, dado ao facto de ter demasiadas explosões.